domingo, 26 de agosto de 2012

Pode uma mãe não ter compaixão do filho que gerou?




 
Isaías 49:15 diz: Haverá mãe que possa esquecer seu bebe que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, Eu não me esquecerei de você!
Esse texto me assusta quando leu isoladamente de seu contexto. Toda vez que medido neste versículo apenas, algumas lembranças vem a minha mente, mas pra você que ainda não conhece esse texto ou que o conheceu pela primeira vez agora, é normal que você não tenha ciência do contexto, do que vem antes deste versículo.
O texto que antecede este versículo é uma narrativa profética escrita pelo profeta Isaías, que fala sobre um tempo de restauração da nação de Israel. Deus prometeu a seu povo que no tempo oportuno Ele restauraria esta nação, porém, isso não aconteceria no momento em que os judeus tanto queriam, mas sim no tempo divino. E o Senhor além de dizer que restauraria aquele povo, Ele garante aos Israelitas que jamais os esqueceria, a restauração prometida nos textos anteriores é tão graciosa e maravilhosa que requer uma garantia de veracidade, a promessa é tão ansiosa que exige uma garantia, um penhor. E o próprio Deus se encarrega de fazer por si mesmo essa garantia, e ele a faz de forma comparativa.
Deus para garantir tranquilidade ao seu povo, ele exemplifica de forma que considera ser o exemplo mais seguro e que garanta a confiança dos judeus por sua promessa. Ele faz essa garantia usando o exemplo de uma mãe que amamenta um filho. E nós sabemos que nas famílias judaicas o nascimento de um filho assegurava ainda mais o casamento, trazendo uma alegria maior ao lar. O nascimento de um filho nas famílias judaicas tornava a mulher ainda mais amada e valorizada pelo esposo. Sabemos também que os filhos na família judaica eram bênçãos dadas por Deus ao casal, ter muitos filhos então era um sinal de aprovação daquele matrimônio. Então nós podemos dizer que um filho alegrava muito o coração de um pai, porém, alegrava muito mais o coração de uma mãe. Havia ainda também outro fator importante que levava as mulheres ao desejo profundo de serem mães de filhos varões. Depois de Deus haver dito que da descendência da mulher viria o homem que esmagaria a cabeça da serpente e seria o salvador da humanidade, todas as mulheres sonhavam ser a mãe do Salvador do mundo, todas sonhavam amamentar em seus seios o restaurador das alianças quebradas, era um sonho para qualquer mulher ser a mãe do salvador do mundo. Tanto é verdade que em certa ocasião uma mulher gritou em meio à multidão: bem aventurado os seios que te amamentaram Jesus... Jesus disse: mais bem aventurados são aqueles que ouvem e praticam as minhas palavras...
E amamentar o Filho de Deus foi uma emoção gigantesca pra Maria, tanto é que ao saber através do anjo Gabriel que seria a mãe do salvador, ela teve inspiração tamanha para entoar uma canção. Eu não sei dizer com precisão se essa canção entoada por Maria foi de fato composta por ela, ou era uma canção conhecida na época. Assim também como foi entoada uma canção pela forte emoção ao saber que teria um filho Ana, quando deu a luz a Samuel. Alguns teólogos acreditam que era uma canção conhecida da época como muitas canções contemporâneas de nossa época, mas há divergência teológica quanto a isso, eles não unânimes ao dizer se essas canções entoadas eram de fato de Maria e Ana, ou se elas se apropriaram desses versos para expressar a sua alegria e devoção, o que também não vem ao caso a não ser para título de conhecimento. Eu só estou dizendo isso para tentar ilustrar o quanto era importante para uma judia ser mãe.
O Senhor Deus em Isaias 49:15 dá garantias de sua promessa exemplificando desta forma, em outras palavras o Senhor estava querendo dizer que garantiria que não se esqueceria da promessa que estava fazendo ao seu povo, do mesmo modo que uma mãe não se esquece de amamentar um filho que gerou. Pode uma mãe se esquecer do bebe que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo Eu não me esquecerei de vocês. Era isso que Deus estava querendo dizer. Ele estava garantindo uma promessa feita, usando um exemplo extremo, pois era um absurdo e até mesmo uma afronta o que Deus estava dizendo aos judeus, porque família era tudo para os judeus.
Se fossem em nossos dias e Deus quisesse exemplificar, ele poderia fazer sua promessa e ratificar usando um exemplo de algo usual de conhecimento de todos como o futebol, ou seja, ele poderia dizer: Pode Lionel Messi sendo o melhor jogador do mundo atualmente perder um pênalti sem ter no gol um goleiro? Porém mesmo que ele manda na trave, Eu o Senhor marcarei o gol... Mesmo que seja e pareça um absurdo, mesmo que ele isole, chute pra fora, mande na trave, o Senhor diz que Ele o autor da promessa fará o gol. É isso que Deus quer dizer, é isso que o versículo associado com o contexto quer dizer em suma. Então como é impossível aos nossos olhos Lionel Messi errar um gol assim, certamente também um dia Deus restauraria aquele povo.
Quando disse que fico assustado quando leio esse versículo isoladamente, é porque nós não vivemos mais 700 anos antes de Cristo que foi a época aproximadamente em que mais ou menos Isaias escreveu isso, pelo contrário, nós estamos vivendo numa época em que os valores estão totalmente deturpados. Se hoje Deus fizer essa pergunta a você: Pode uma mãe esquecer-se do filho que ainda mama? O que você responderia, sim ou não?
Tente imaginar uma mãe que se esquece de amamentar seu filho por estar diante de uma TV assistindo uma novela preferida! Imagine uma mãe que se esquece de amamentar seu filho por estar distraída jogando conversa fora no portão com a vizinha ou com a colega! Você consegue imaginar uma mãe que se esquece de amamentar seu filho por estar com os olhos grudados diante de um computador navegando na internet em suas redes sociais? Imagine uma mãe se esquecendo de amamentar seu filho por estar distraidamente concentrada em seu trabalho! Você consegue imaginar tudo isso, passa por sua mente essa imagem? Mas por pior que seja a imaginação, por mais terrível que seja considerar uma criança chorando aos prantos sem ter como se amamentar, por pior que seja nossa suposição, o fato é que não é só imaginação, é real, existem sim, mães que agem desta forma, existem casos piores do que os exemplos que dei.
Mãe que abandona filho na lata do lixo, mãe como aquela em Belo Horizonte, capital do estado de minas gerais onde uma mulher abandonou um recém-nascido na lagoa da Pampulha, outras matam, outras jogam em sacos de lixo, o que me remete a lembrança de alguns povos da antiguidade como os romanos que em épocas remotas entregavam suas filhas aos elementos do tempo, entregues a própria sorte. Mas mesmo que situações como estas aconteçam a todo instante diante de nossos olhos, eu tenho um entendimento um pouco diferenciado daquilo que a própria letra diz, ou seja, daquilo que literalmente o texto no seu contexto diz. A letra diz que uma mãe até pode se esquecer de um filho que ainda mama, mas o meu assunto não é este nesta mensagem.
Mesmo que seja o desejo do nosso coração que o mundo melhore, que a paz reine entre as nações, que a violência diminua nos grandes centros, que acabem os roubos, que cessem os homicídios, os estupros, a roubalheira nos cofres públicos, mesmo desejando que retroceda o número de mães solteiras e número de crianças abandonadas nas ruas e outras tantas coisas mais, não obteremos êxito através de um desejo descomprometido com a ação. Queremos um mundo mais honesto, menos corrupto, porém nos esquecemos, ou fingimos esquecer que a mesma mão que balança o berço é a mão que rege o mundo. O que estou querendo dizer é que o exemplo citado por Deus há 740 anos antes de Cristo aproximadamente, se encaixa perfeitamente para os pais e filhos de nossa geração. Temos acompanhado os noticiários falares sobre as grandes ondas de assaltos, ônibus incendiados, trotes de sequestros anunciados por celulares, clones de cartões de créditos, sequestros relâmpagos e uma lista que parece não ter fim de atrocidades que assombram as sociedades. Sempre que ouvimos uma barbárie desta natureza, nos perguntamos onde esse mundo irá parar. No versículo descrito acima, Deus tenta tirar as escamas que nos impedem enxergar que nós mesmos é que somos responsáveis por tudo que acontece. A declaração de Isaías 49:15 é um verdadeiro chacoalhão que Deus nos dá para que deixemos de sermos passivos para sermos ativos. Quantos pais hoje estão se esquecendo de amamentar seus filhos! Talvez você esteja conjecturando minha colocação quando disse que os pais se esquecem de amamentar como se amamentar fosse possível somente as mães. Mas os pais também amamentam sim! O que eu quero dizer é que a culpa pela sociedade estar assim do jeito que está é nossa, a família é a primeira agência socializadora do ser, é o primeiro lugar onde o ser humano recebe instruções vitais que vão influenciar diretamente o que ele será na sociedade. Quantas famílias quebradas e desestruturadas, quantos filhos destruídos psicologicamente por carência de pai e mãe, filhos que estão perturbados psicologicamente por causa do campo de guerra que é o lar. Quantos adolescentes entram no mundo da homossexualidade e das drogas, por não terem presentes a figura materna ou paterna, e não me refiro a pais divorciados, nem tão pouco aqueles que devido ao trabalho são obrigados a se ausentarem de seus lares, me refiro a pais que mesmo estando em casa são ausentes. Quantos choram amargamente por verem seus filhos nas drogas, no álcool, na prostituição e no sexo livre, por nunca encontrarem em casa os amigos e o amor que sempre procuraram, é por isso que quando digo que pai também amamenta, não estou falando besteira.
Se você ainda não entendeu o texto de Isaías na minha visão, ou se você ainda não entendeu o que estou dizendo eu explico! Na verdade uma mãe jamais se esquece de amamentar um filho, o que pode ocorrer é uma rejeição, mas esquecer, ela não esquece.
Amamentar na minha perspectiva não significa dar leitinho a um bebezinho, não é você colocar no seio para saciar a fome da criança, amamentar nesta mensagem é dar aos filhos suprimentos básicos e vitais para uma boa sobrevivência no mundo, amamentar é investir pesado na educação dos filhos, amamentar é você tirar o alimento que seu filho necessita do seio, do peito. Peito aqui nesta mensagem é tudo aquilo que é valioso, ético, puro, moral, verdadeiro e que está dentro do seu coração e da sua alma. Amamentar é dar carinho, correção, diálogo, castigo, amamentar é aconselhar, abraçar, beijar e dizer ao filho o quanto ele é importante pra você. Amamentar é apoia-lo nos projetos que ele tem pra vida, é entender que é esta a profissão que ele escolheu e ponto final. Mas a verdade é que isso dá muito trabalho, muita dor de cabeça, muito desgaste, gera muitos cabelos brancos e toma muito tempo e mais que isso, é preciso amar para oferecer tudo isso, não basta simplesmente ser pai ou mãe.
O que mais encontramos nos adolescentes e adultos hoje é anemia, e quando falo de anemia estou falando do resultado da falta de nutrientes de uma boa amamentação dentro do meu conceito nesta mensagem. E quais são os resultados de uma má amamentação hoje? Embora saibamos quais são os resultados de uma má amamentação quero aqui citar pelo menos dois deles.
Encabeçando a lista hoje de uma péssima amamentação é a gravidez na adolescência! Quantos pais estão amargando hoje a dor de ter em casa uma adolescente que já é mãe solteira, por não terem amamentado adequadamente suas filhas. Nunca conversaram sobre sexo, sempre sentiram vergonha de tocar no assunto e sempre consideram desnecessário esse tipo de assunto por acharem que ela era inteligente o suficiente para terem que ensinar sobre, ou por considerarem suas filhas crescidas o suficientes para terem que conversar sobre sexualidade, achando melhor elas aprenderem sozinhas, e aprenderam mesmo! Pena que com consequências! Pois tenha a certeza que se você não educar, saiba que sempre existe alguém que terá o maior prazer em ensina-la tudo nos mínimos detalhes. Se você se omitir, haverá alguém que assumirá o seu papel com muito gosto e gozo. A omissão de muitos pais levam os filhos a caminhos dolorosos. Talvez você seja um daqueles que falou tanto sobre sexo, falou tanto sobre preservativos, falou tanto e citou outros tantos exemplos de gravidez na adolescência e ainda sim, ela engravidou, e você se pergunta onde está seu erro, questiona-se pra que tanta instrução, tantos conselhos, tantas advertências e tanta confiança se ainda sim, ela engravidou. Não sou teu juiz, mas talvez tenha faltado um pouco de calor humano, um pouco mais de toque, de carinho, de afeto e proximidade. Talvez tenha faltado o contato junto ao seio, ou seja, a sensação de proteção e importância que todo filho precisa sentir dos pais, mesmo que inconscientemente. Talvez tenha faltado um beijo, um abraço caloroso, um sorriso cheio de transparente amor evidente, ou quem sabe a demonstração de interesse que você nunca externou quando ela falava contigo sobre os assuntos pertinentes ao universo e não via em você o mesmo interesse e concentração que esbanjava diante de uma TV assistindo uma partida de futebol do seu time preferido, o noticiário ou quem sabe aquele filme que você tanta queria ver. Talvez tenha faltado o interesse em saber ao menos o nome do atual namorado, o que ele faz e onde mora. Talvez o interesse pela história de vida de sua filha, não tenha sido tanto quanto o interesse que você tem pelas estórias das novelas, seriados, romances e livros que você tanto gosta! Talvez faltasse só um pouco mais de calor humano, ou talvez tenha faltado realmente o teu calor, teu beijo, tuas palavras carinhosas. Quem sabe suas mãos quando se levantavam em direção a sua filha era somente para apontar, acusar e agredir, sendo sempre um pai ou uma mãe distante que nunca expressava seus sentimentos, alias o único sentimento que expressava era raiva, ódio, ira e desprezo. Embora esteja definindo a situação das adolescentes, isso cabe também para os adolescentes.
Só falar, nesse caso não resolve, ajuda, mas não é a solução! Ela precisava de tuas palavras, mas também do teu calor e carinho.
Quantos adolescentes de 15, 16 anos já são pais e mães, não sabem nem tomar banho direito e já são donos de grandes responsabilidades! Você acredita mesmo que essa criança saberá criar esta outra criança? Pode um cego guiar outro cego? Ambos cairão no abismo. Mas que abismo seria esse neste caso? O abismo social resultante de uma má amamentação, pois quando não se impõe regras para os filhos em casa, na rua a sociedade impõe e cobra caro pelos deslizes cometidos. A omissão das verdades sociais, das fragilidades e dificuldades existentes no seio familiar, permite um crescimento imaturo e inseguro, suscetível as mais bárbaras correções que a sociedade impõe, pois se você não cuida, a sociedade pune, se você não disciplina a sociedade condena, se você não reprime a sociedade encarcera, se você não dá afeto a sociedade discrimina e se você não acolhe a sociedade rejeita. Se você não nutrir teu filho que ainda mama, ele não saberá lidar com tamanha responsabilidade do que é ser pai ou mãe. E então mais uma vez os avós que não considero serem bons educadores entram em ação tentando agora cuidar dos netos haja vista, que se não deram conta dos filhos certamente não darão do neto.
Isso sem falar em pensão, briga judicial, atritos familiares, cadeia, trabalho, escola, distúrbios psicológicos, etc. Gravidez na adolescência é um sinal claro de maldição hereditária. Não estou aqui generalizando, sei bem que há casos e casos, sei muito bem que há adolescentes que sabem o que estão fazendo, que tiveram instrução, diálogo, amor, atenção, carinho dos pais e que mesmo assim entraram nessa. Mas quando eu falo de maldição hereditária, me refiro a maldição hereditária indutiva, aquela que destrói ou que não constrói um bom caráter por culpa do sistema, maldição gerada pelo próprio sistema familiar que cada casa tem. Foi assim com Jacó, que pelo fato de ter nascido grudado no pé de seu irmão Esaú recebeu o nome de Jacó, que significa suplantador ou pegador de pé. Tente imaginar a situação de um jovem cujo nome era suplantador e que em cada situação de deslize ouvia seu pai logo dizendo que ele era mesmo um aproveitador, um cara que queria vencer a qualquer custo, de qualquer jeito, e estas informações vão se alojando no seu subconsciente ao ponto de convencê-lo de que ele realmente era um suplantador, um pegador de pé, uma pessoa que para alcançar seu objetivo era indiferente com qualquer pessoa, que para chegar onde queria estava disposto a usar todas as armas que estivessem ao seu alcance. E ele cresce sabendo que na sua casa sua família era dividida, e não estamos falando da minha casa nem da sua casa, mas da casa de Jacó, filho Isaque neto de Abraão! Abraão que era nada mais nada menos do que o homem chamado amigo de Deus, pai na fé de todos aqueles que creem em Jesus pela fé. Estamos falando dos descendentes de uma família que tinha promessas tremendas da parte de Deus.
A bíblia diz que a mãe Rebeca, amava mais Jacó e Isaque o pai, amava Esaú. Tal atitude gerou nos filhos um clima de rivalidade e disputa entre os irmãos. Há muitos pais que são assim, preferem um e preterem o outro. Em determinadas famílias isso é tão notório que até os vizinhos são conhecedores da situação. E assim foi com Jacó, já convicto que era realmente um enganador, um trapaceiro, alguém que sempre obtinha o que queria seja como fosse, resolveu se apropriar da benção da primogenitura de qualquer modo, e esse modo veio através da sagacidade da mãe que o ajudou a enganar o marido e a decepcionar o filho mais velho Esaú. E assim Jacó fez segundo o conselho de sua mãe. Mãe? Então eu lhe pergunto: Haverá mãe que possa esquecer seu bebe que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou?
Imagine a cabeça do pai ao saber que Jacó com a ajuda da esposa lhe enganou? Imagine a cabeça de Esaú, sabendo que a mãe ajudou o irmão a roubar algo que lhe era de direito? Não estamos falando de uma família qualquer, estamos falando dos descendentes diretos de Abraão, cuja maldição hereditária foi implantada nesta família pelo próprio patriarca Abraão que, por precipitação teve um filho com a escrava de sua esposa e que logo depois viu o cumprimento da promessa que o Senhor havia feito a ele. Neste contexto temos um quadro claro do motivo pelo qual Isaque vivenciou em seu próprio lar essa situação amistosa entre os irmãos, pois em sua própria casa ele havia visto seu pai Abraão mandar seu irmão Ismael embora por causa de ciúmes entre as mães, e Abraão obediente a sua senhora, permitiu que Hagar e Ismael partissem em direção ao deserto com apenas uma botija d'água. Consequentemente Isaque fez na sua casa exatamente o mesmo que viu acontecer na casa de seu pai. Ele amou mais Esaú que Jacó.
Não pense que a maldição indutiva parou por aí que não foi bem assim! Jacó após fugir de seu irmão, após ser enganado trabalhando 14 anos como forma de pagamento de dote para se casar com a mulher dos seus sonhos e ser enganado, após trabalhar mais 7 anos enriquecendo seu sogro que mudava constantemente seu salário, após quase ser morto por causa do roubo que sua mulher fez na casa do pai, após reconhecer que mesmo rico, com duas mulheres e tantos filhos, não era abençoado, mesmo reconhecendo que aos 90 anos ainda precisava da benção de Deus, não aprendeu muito com as experiências que teve quanto a preferências e preterências de filhos. Sua atitude já na sua velhice trouxe muitas dores a seu filho preferido chamado José e a si próprio. A bíblia diz que Jacó amou José mais do que todos os seus outros filhos o que levou José ao exílio, ao abandono, a solidão, a prisão e a quase odiar seus irmãos. Não pense que José não tentou se vingar de seus irmãos que ele tentou, mas não conseguiu, pois seu temor a Deus o livrou desta culpa.
Aprendi recentemente que todos somos espelhos para alguém. De imediato achei um absurdo uma pessoa tão falha como eu ser referência para alguém, mas logo vi que é verdade! Em algum lugar, existe alguém que orienta-se em suas atitudes, palavras e ações. Mesmo que não percebamos existe alguém que está constantemente ligado a você, ligado em seu comportamento. E suas atitudes sempre estão a influenciar outro alguém, o que não podemos é cegarmo-nos quanto ao fato de que sempre existe alguém que espera algo de mim, pois um cego jamais poderá guiar outro cego, como disse o bom mestre, ambos cairão no abismo. E se há algo inevitável é não sermos guias de alguém, e se há algo evitável é deixarmos nosso egoísmo de lado e retirarmos as escamas que nos impendem enxergar que somos um cometa que passa, mas que temos uma calda que não importa o tempo, não importa a época, um dia veremos o que essa calda resultou naqueles que estão a nossa volta. Você e eu temos alguém que nos inspira e motiva, mas nunca devemos esquecer que existe alguém que em algum lugar deste planeta tem você como uma referencial em sua memória. Você é um farol para muitos, mas principalmente seus filhos.